quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O Luar da Lua


Olha a lua
Que olha a rua deserta
Na certa ela sente o frio da solidão
Da vaga imensidão do universo
Diverso de astros, sem traços
E sem motivo para lhe acompanhar
Sem companhia e sem companheira
Faz sua rota noturna
Com um brilho que ela sabe que não é seu
O brilho de um dia que não nasceu
De um amor que não morreu
Reflete uma imagem em seu semblante
Um santo, um cavalheiro, um andante...
Uma lembrança errante que ecoa no pensamento
Divagando pausas
Entre valsas, poemas e prantos...
Ou com um leve canto, suave como a brisa da manhã
Sussurrando melodias com letras de eterna fantasia
Enquanto você trilha seu caminho
Com esse brilho intenso
Que seduz poetas, apaixonados e escritores
E até mesmo jovens enamorados
Que abraçados sob sua luz
Trocam juras de amor eterno
Num laço fraterno que parece nunca ter fim...

Luar da lua, luz que flutua sob nossas cabeças
Luz de prata que dilata o coração
Liquefazendo sentimento
Em gotas de ilusão
Que caem como o orvalho da manha
Dos olhos da juventude do dia
Que irradia raios de luzes em terras distantes
Sob o teu semblante uma luz
Um luar
E uma eternidade pra lhe acompanhar
Num céu estrelado vagueia do meu lado
A sombra que tua luz em mim produz
Sombra de um sonho, sombra de um menino
Sobra de um destino que traça sua orbita
No espaço que tem entre sua vida
E a vida de quem olha a lua
Que olha a rua...
Que leva a vida...
Que traz a morte...
Que traz a sorte...
Que traz o céu...
Que está ao léu...


R. Leal

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